sábado, 30 de março de 2013

Afirmação importante

Gostei dessa afirmação de Leonardo Boff:
"O problema dos pobres não se resolve sem a participação deles, com a filantropia, mas pela justiça social" (Boff, falando entusiasticamente sobre a eleição do Papa Francisco).

segunda-feira, 25 de março de 2013

Vaticano II hoje (1)

ESPERANÇA E RENOVAÇÃO
O Pacto das Catacumbas – 50 anos depois
            Já se foram 50 anos da realização do Concílio Vaticano II (1962-1965). O Concílio foi, sem dúvida, um marco histórico de esperança e de renovação para a Igreja e para o mundo. 50 anos depois, entre sucessos e fracassos, surge inesperadamente um grande sinal no horizonte da Igreja e da história do mundo. Um papa, já idoso e debilitado, tem a coragem e a humildade suficientes para renunciar ao cargo; é eleito outro que se apresenta como “Pobrezinho de Assis”, o irmão de todos e de tudo. O Concílio ensina que precisamos estar atentos aos sinais dos tempos que necessitam ser interpretados à luz da fé e no contexto maior da história da humanidade. Para refletir sobre isso, quero relembrar que paralelamente à última sessão conciliar em 1965 os bispos brasileiros que estavam em Roma participando do Concílio, com mais alguns outros, se comprometiam em assumir a renovação conciliar, assinando o “Pacto das Catacumbas”. A partir do que os bispos (cerca de 40) assumiram há quase 50 anos, queremos refletir sobre o hoje de nossa história e dos sinais que estão aí. Os pontos do “Pacto das Catacumbas” são 12. Contém uma introdução e a sequência dos itens. Seguiremos itens um por um, usando o texto de BEOSO, José Oscar, Concílio Vaticano II, publicado na Revista de Liturgia 234 Novembro/dezembro 2012, p. 9.

Pacto das Catacumbas e o Papa Francisco
            Os bispos brasileiros presentes ao Concílio Vaticano II na sua grande maioria entendendo o clamor do Espírito que desafiava a Igreja, a partir das sábias e inspiradas palavras de João XXIII, se empenharam para fazer da Igreja a “Igreja dos pobres”. Havia um grupo de bispos que defendiam a “Igreja dos pobres”. Os bispos brasileiros se uniram ao grupo que defendia essa visão. Mas, não ficaram somente no grupo que defendia a Igreja dos pobres; como que fazendo um “concílio paralelo” estes bispos se reuniam no local onde estavam alojados, na Domus Mariae, e planejavam a recepção concreta do Concílio no Brasil. Por isso formularam compromissos práticos e os assinaram antes do encerramento do Concílio. Esses compromissos passaram a se chamar “Pacto das Catacumbas”. Na introdução eles dizem: “Nós, bispos, reunidos no Concílio Vaticano II, esclarecidos sobre as deficiências de nossa vida de pobreza segundo o Evangelho; incentivados uns pelos outros, numa iniciativa em que cada um de nós quereria evitar a singularidade e a presunção; unidos a todos os nossos irmãos no episcopado; contando, sobretudo com a graça e a força de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a oração dos fiéis e dos sacerdotes de nossas respectivas dioceses; colocando-nos, pelo pensamento, e pela oração, diante da Trindade, diante da Igreja de Cristo e diante dos sacerdotes e dos fiéis de nossas dioceses, na humildade e na consciência de nossa fraqueza, mas também com toda a determinação e toda a força de que Deus nos quer dar a graça, comprometermo-nos ao que segue”. A seguir colocam 12 pontos, que iremos tomar um por um. Agora, no entanto, queremos nos ater à intenção que se percebe nas palavras introdutórias e no que ela pode ter produzido para os sinais que estão diante de nós.
            É de capital importância o fato de que os bispos reunidos no Concílio estarem conscientes das deficiências de suas vidas de pobreza segundo o Evangelho. Sem esta consciência, que humildemente confessam dizendo-se esclarecidos, não poderiam propor nada. Os bispos perceberam que os nossos tempos não aceitam mais discursos feitos das alturas para os outros que estão nas baixezas. Era preciso se igualar: falar olhando nos olhos das pessoas. Quando os bispos estavam de volta em suas dioceses tomaram atitudes importantes. Saíram de seus palácios para estarem no meio do povo e com o povo; e, principalmente junto aos mais necessitados. Colocaram-se com o povo na luta pela vida e pela justiça. Não mediam esforços e sofreram terrivelmente por isso. A Igreja, incentivada por esses bispos comprometidos com o Evangelho, deu saltos enormes no testemunho e na transformação da sociedade. Pena que, com o passar dos anos esse fervor diminuiu. Os bispos do Pacto das Catacumbas foram envelhecendo e dando lugares para outros, já não tão corajosos e tão decididos. Mas, a Igreja e a sociedade, como que iluminada pelo Espírito, exige também hoje de seus líderes religiosos o testemunho da vida pobre, simples e comprometida. O bispo, o padre ou mesmo o pastor, que não estiver disposto a testemunhar concretamente suas palavras está fadado ao fracasso. Esta exigência do povo deve ser vista como muito positiva.
            Os bispos contaram com a graça de Cristo, com o apoio e as orações de seus fiéis. Era a confiança humilde, tanto na força do alto como na compreensão e ajuda das pessoas de boa vontade que os alimentava.
            Talvez os sinais dos tempos para toda a Igreja e para o mundo que mais nos fazem pensar, 50 anos depois do Concílio vaticano II, são os esmorecimentos de muitos bispos, padres e líderes religiosos diante dos imensos desafios que o mundo globalizado nos coloca; mas não se pode deixar passar em branco os acontecimentos marcantes dos últimos tempos quando um Papa, por reconhecer sua incapacidade para levar adiante o ministério petrino, renuncia humildemente. Ele, para o bem da Igreja, coloca a missão ao dispor de outro mais capaz, e pede as orações e a compreensão de todos. O seu sucessor, desde o primeiro instante, dá inúmeros sinais de humildade e compromisso. Mas o gesto mais marcante foi o fato de se inclinar diante da multidão na Praça de São Pedro (e de todos os fiéis do mundo inteiro) solicitando suas preces. O nome que escolheu para si não é menos significativo: Francisco! Como interpretar e acolher esses sinais?

Esperar e renovar
            Os bispos do Pacto das Catacumbas fizeram a sua parte, uns mais, outros menos. As igrejas e a sociedade deram suas respostas nesse meio século, também com mais ou menos entusiasmo. 50 anos depois do Pacto das Catacumbas os papas deram novamente seus sinais; fizeram e estão fazendo a sua parte. Cabe também hoje às igrejas e à sociedade interpretar, acolher e dar suas respostas favoráveis. Que o primeiro compromisso de cada um seja o humilde reconhecimento das deficiências de nossa vida de pobreza segundo o Evangelho. Estamos muito atarefados em buscar bens e o bem estar egoísta, esquecendo os milhões de necessitados que estão ao nosso lado clamando por nossa compaixão. Os papas não escondem suas “pobrezas” diante do mundo, agora é nossa vez! A esperança deve nos converter. A conversão deve ser renovação. Esperar renovando e renovar esperando. (Continua).
Pe. Mário Fernando Glaab
www.marioglaab.blogspot.com.br

RESSURREIÇÃO - PASSAGEM DEFINITIVA

PÁSCOA
            A Ressurreição não é retorno à vida (físico-corporal), mas a passagem para a Vida em plenitude. Jesus, o Cristo, ressuscitou para a plenitude em Deus e por isso Ele é a Vida e a Verdade. Ele é o Definitivo de Deus para o ser humano. Na esperança nós participamos antecipadamente da mesma plenitude de Cristo. Um dia, isto é, no “terceiro dia” de nossa existência, também nós, com Ele, participaremos da Vida e da Verdade definitivas em Deus, quando ressuscitarmos com Ele.
Pe. Mário F. Glaab

sexta-feira, 15 de março de 2013

Constatação

Parece que o testemunho do bispo que passou a ser "franciscano" é bem mais convincente do que o franciscano que passou a ser bispo! Acho que ser franciscano de verdade não é algo adquirido definitivamente, mas uma opção consciente e continuada de simplicidade no amor a Deus e ao próximo, e para tal, ser pobre é condição indispensável.
Glaab

segunda-feira, 11 de março de 2013

Para refletir

Pensamento:
"Com dificuldade aceitamos que o Cristo foi Jesus de Nazaré, um ser humano, um homem" (J. Sobrino).