sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MECEs

SERVIDORES DA EUCARISTIA E DO POVO DE DEUS
Pe. Mário Fernando Glaab
            Não resta a menor dúvida de que a partir das reformas sugeridas pelo Concílio Vaticano II as comunidades tiveram um enorme crescimento, tanto na conscientização quanto na distribuição das tarefas entre os cristãos batizados. Por ocasião dos 50 anos do Concílio, merece atenção a valiosa contribuição que as inúmeras comunidades de nossas paróquias receberam com a implantação e o desenvolvimento do ministério da comunhão eucarística. Hoje é normal que cada comunidade tenha alguns ministros extraordinários da comunhão eucarística. É deles e para eles que queremos falar um pouco.
            Nas comunidades são os presbíteros (padres) os responsáveis de cuidar para que não falte a ninguém a possibilidade de se alimentar do Pão Eucarístico; ou então, quando está impossibilitado de buscá-lo na igreja, que este lhe seja levado em sua casa ou no hospital. Isso é próprio de seu ofício. São eles também os que devem organizar de tal forma as atividades paroquiais para que todas as comunidades tenham a celebração da Eucaristia aos domingos e dias santos. Isso, no entanto, não quer dizer que os padres tenham que se “dobrar em dois” para atender a todos quando o trabalho é demais para eles. Justamente aí entra o valioso ministério de homens e mulheres que, são convidados, se preparam e se dispõem para ajudar os seus pastores no ministério eucarístico. São e continuam sendo “extraordinários”. Isso quer dizer que prestam ajuda àqueles que devem exercer o ministério a partir de sua condição de ordenados. Mas como leigos e leigas, batizados e crismados, colocam generosamente seus dons e serviços à Eucaristia e ao Povo de Deus.
            Aproveitando o espírito de renovação que a Igreja vive pela passagem do jubileu dos 50 anos do Concílio vaticano II e pela expectativa criada pelo Papa Francisco, queremos contribuir com algumas sugestões para o valioso trabalho que os ministros extraordinários da comunhão eucarística realizam em nossas comunidades. Nunca é demais insistir para que ninguém caia na tentação de ver o ministério como uma honra ou um reconhecimento pelas suas qualidades. Ministério é serviço. Aquele que é convidado a prestar um serviço na comunidade deve aceitá-lo como tal. Jamais fazer dele um trampolim a fim de se colocar acima ou além dos demais. Ele não é melhor do que os outros, nem imune dos problemas que acontecem nas famílias e nas comunidades. Deve então: Em primeiro lugar, estar disponível para ir aos mais necessitados, isto é aos doentes, idosos, pobres ou excluídos. A Eucaristia é dom total de Cristo, para que o mundo tenha vida, assim o ministro deve ter a coragem de se doar para que a vida seja defendida onde ela é mais vulnerável. Bom seria se os ministros tivessem uma “rede de comunicação” para que imediatamente, quando surge um necessitado na comunidade, o pároco fosse avisado e, que os ministros fossem ao seu encontro. Em segundo lugar, por estarem ao serviço dos irmãos que creem na Eucaristia, também estão ao lado do padre que distribui o Pão da Vida aos fiéis nas missas. Não são eles que disputam um lugar de destaque junto ao altar, mas estão aí para ajudar – ir para o meio do povo e lhes oferecer o Alimento Sagrado. Em terceiro lugar, nas comunidades onde não se tem a missa dominical, os ministros organizam o culto, conforme o costume de cada diocese. Nesta importante função os ministros, além de dirigir orações distribuir a Eucaristia, também podem compartilhar a Palavra de Deus com mensagens adaptadas à realidade da comunidade. Devem, no entanto, ter o máximo de cuidado para nunca fazer sermão moralizante. Os fiéis não aceitam sermões desse tipo, nem do padre; e, muito menos, do ministro. A Palavra fala por si. A tarefa dos ministros e de outros membros da comunidade consiste em atualizar sua mensagem, isto é, compartilhar sua riqueza para que todos possam entendê-la. Os ministros, na intenção de bem exercer seu serviço, devem dar exemplo de fé, piedade e humildade. Não podem ser altivos ou ciumentos. Os ministros precisam ter espírito de colaboração entre eles. Quando um ministro quer abraçar tudo, ter o maior número de doentes assistidos por ele, ser sempre ele que ocupa o primeiro lugar nos cultos, ou não ajuda quando é outro que preside a celebração, já perdeu sua identidade de ministro extraordinário, perdeu a doação no serviço à Eucaristia e ao Povo de Deus.
            Resumindo:
1)      Os ministros extraordinários da Eucaristia estão a serviço de Eucaristia e do Povo de Deus. Por isso devem ser convidados para a doação, como Cristo se doa na Eucaristia. Para desempenhar bem o seu ministério não podem dispensar a formação contínua. Essa deve ser buscada na comunidade e também individualmente.
2)      Os ministros extraordinários da Eucaristia vão à cata dos doentes, de todos os necessitados; cuidam para que ninguém fique esquecido pela comunidade. Não dispensam esforços para visitá-los e, se for o caso, lhes levar a Eucaristia em suas casas ou nos hospitais.
3)      Estão sempre dispostos para ajudar nas missas. Não buscam destaques, mas estão disponíveis para distribuir o Pão Eucarístico conforme as necessidades e onde forem designados.
4)      Nos lugares onde não há missa aos domingos, os ministros organizem as celebrações do culto, onde se compartilha a Palavra e o Sacramento da Eucaristia. Devem ter o máximo de cuidado para não dar “sermões”, mas somente uma mensagem breve e bem atual, a partir das leituras do dia.

5)      Os ministros devem ter consciência de que foram chamados para servir na comunidade, nunca para serem melhores do que ninguém. Por isso, o ministro não pode ser ciumento para com os demais. Não deve querer abraçar tudo; deve saber colaborar com todos os demais colegas. A comunhão com o pároco é de extrema importância. 

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