segunda-feira, 6 de junho de 2016

Piada em dialeto alemão - Hunsrick

DE PODDA MIT SEI MESSDIENA

En Podda wo doch sei Messdiena so gut behandelt hat, hat dene mo am Endesjoha en Urlaubsrees geschenckt. Hat mo so’n Kombi vol mit Guri gemach um mo fort mit de Kelle. Sie sen uff son Platz kom wo so’n grosse Torm vun fria gestan hot. In dem Torm wo ach noch son riesig gross Glock drin. Die Buwe hon do gestan un gestauent: “Dat is doch mo was grosses un schenes” honse gemeente. Dan hot de Podda mo erkleart: “Also, die Glock – wo schun so riesig alt is -, die wet jo nore benuntz wen Hausbrand is, wen de Bischof komt oder sonscht noch en gross Unglick is im Tol ”. Di Messdiena hon gleich vestan das dem Bischof sei Besuch oach en Unglick is! Naja, es is jo ach vielmols net annesta; manchmol wer es besse wen die Bischoffe dehem bleiwe tere un die Leit gemitlich in ihre Gemeinde lewe losse. Fa mit de Leit umgehen sin jo doch die Podre do. Bis Adiee.


Glaabsmário

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Reflexão - Silêncio

O SILÊNCIO DE DEUS E O NOSSO SILÊNCIO

            Alguém perguntou ao grande teólogo Hans Urs von Balthasar, já nos últimos anos de sua vida, depois de ter se dedicado por toda a sua longa vida na busca de dizer algo sobre Jesus Cristo, após ter escrito volumosas obras, ter proferido muitas conferências, refletido e rezado bastante, quem é Jesus Cristo para o senhor? O cristólogo teria parado, pensado por alguns instantes, e respondido assim: “Jesus Cristo é a Palavra de Deus que, por amor aos humanos, se calou.” Não nos é fácil interpretar uma definição tão curta, mas ao mesmo tempo tão rica e concentrada. Tentaremos alguns passos.

Jesus, a Palavra de Deus
            Jesus é a Palavra de Deus encarnada. Não precisamos insistir nisso, pois todos sabemos que o evangelista São João, já no início de sua obra, escreve: “E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (1,14), introduzindo o seu Evangelho, apresentando Jesus Cristo. Os outros evangelistas – os sinóticos -, mesmo não afirmando como João, também falam de Jesus como aquele que revela o Pai; isto é, com suas palavras e gestos, mostra quem é Deus. Tudo o que Ele diz e faz é comunicação de Deus. Portanto, Ele é a verdadeira Palavra reveladora do Pai.
            A partir disso podemos dizer que a missão de Jesus é “falar” do Pai, sempre. O “trabalho” de Jesus é esta comunicação, e Ele não pode parar, pois estaria negando sua missão. Assim vemos que Jesus não se cansa de ensinar e de agir, realizando a obra de Deus. É o Reino presente e atuante no mundo. No entanto, a Palavra pede resposta, solicita uma outra palavra. Provoca uma palavra humana – a nossa palavra.
            Nós, os humanos, nem sempre damos a devida resposta para a Palavra de Deus; algumas vezes nos calamos. Às nossas respostas Deus continua a falar em Jesus, porém, às vezes também Eles se cala, faz silêncio. Jesus calado – morto na cruz – continua a falar, mas pelo silêncio. Provavelmente seja este o sentido que Balthasar descobriu em Jesus “calado por amor”. A Palavra que fala no silêncio e com amor para que o ser humano possa falar, e o faz com muita paciência. O ser humano, por vezes, o deixa esperar neste seu silêncio por muito tempo, outras vezes nunca responde.

Deus não respondeu
            O silêncio de Deus também é resposta, e sempre resposta amorosa. Quando Jesus estava pregado na cruz os passantes o desafiaram: “Se és o Filho de Deus, desce da cruz!” (Mt 27,40), mas ele não desceu. O Pai se calou; Jesus se calou! Por que Deus não respondeu ao seu Filho Jesus que estava sendo desafiado, e que lhe gritou “Por que me abandonaste?” (Mt 27,46)?
            Nada mais sério que o silêncio do Pai. Diante dos gritos, das blasfêmias e dos insultos do povo, somente Deus pode ficar calado. Este silêncio de Deus foi compreendido por Jesus como o sinal máximo de amor do Pai para com Ele e para com a sua obra: dar a vida pelo mundo. Deus não respondeu a Jesus, nem aos gritos da multidão, para que o ser humano pudesse se decidir e dar a sua resposta. Jesus deu sua resposta: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46); em seu nome e em nome de seus discípulos. No silêncio Deus amou até o fim o Filho e toda a humanidade. Agora, cada um de nós pode responder ao silêncio de Deus, seguindo e exemplo do Mestre Jesus. Quando Deus se cala em Jesus Cristo, é o exato momento de nossa resposta.

Silêncio perturbador
            O silêncio, no entanto, é perturbador. O silêncio de Deus nem sempre é silêncio bem-vindo, pois nós não queremos responder ao silêncio. Pois nossa resposta nos compromete. É mais confortável que Ele fale e que nós permaneçamos calados. Preferimos um Deus falador, alguém que denuncie a injustiça, que diga o que nós queremos ouvir e legitime o que nós queremos fazer. Quando Ele faz isso, nós estamos isentos de reponsabilidade; se Ele denuncia a injustiça, nós não o precisamos fazer. Assim, Ele nos justifica diante do mundo. No entanto, é muito mais desafiador responder e nos comprometer: Ele calado e nós falando!
            O silêncio de Deus chega a ser desconcertante, perturbador e demolidor de nossos planos, esperanças e esquemas. Permanece um terrível desafio para nós. Mas não deixa de ser “palavra de amor”, uma vez que nos quer envolver – contar conosco para que assumamos com Ele a luta contra o mal, contra o ódio e contra tudo o que faz sofrer, o que elimina a vida.
            Nos momentos mais terríveis de sofrimento e de morte, quando não ouvimos a voz de Deus vindo em nosso auxílio, sem dúvida, Ele está calado em nossa dor; e mais ainda, na dor do irmão que necessita de amor maior e compreensão da humanidade.
            Não esqueçamos que o desconcertante silêncio divino, além de nos deixar falar, também nos convida a atos de silêncio, convida-nos ao silêncio humano, quando somente o amor pode ser ouvido. Participar do sagrado silêncio de Deus pode se tornar experiência de amor verdadeiro que dispensa palavras.
            Aprender a participar do silêncio de Deus seja talvez o mais árduo desafio para nós, contudo nos conduz ao amor mais humano, à prática mais verdadeira da caridade. Tenhamos coragem de nos aproximar do silêncio de Deus para, por nossa vez, aprendermos a calar, e darmos nossa pequena resposta somente com amor.

Pe. Mário Fernando Glaab