A
MÃE DE JESUS NO CÉU EM CORPO E ALMA
A Igreja tem como verdade
de fé, dogma, que Maria, a mãe de Jesus, foi levada em corpo e alma ao céu. É o
dogma da Assunção de Nossa Senhora. Mesmo que este ele foi proclamado somente
no século XX, não quer dizer que antes os cristãos não tivessem esta certeza.
Desde os primeiros séculos da Igreja os fiéis sabiam que a Virgem Maria está
junto a seu filho Jesus na glória do Céu. O povo cristão nunca duvidou que,
terminado o curso de sua vida terrena, ela foi para junto do Ressuscitado, seu
filho Jesus que subiu ao céu. Restava, no entanto, aprofundar teologicamente o
que isto significava. No que consiste este privilégio especial, já que se
acredita que os mártires e santos de todos os tempos estão no céu?
Mesmo não tendo clareza teológica, desde cedo os fiéis
concluíram que a Mãe de Jesus, por graça especial de seu Filho, estava no céu
de forma definitiva: em corpo e alma. Desenvolveu-se a concepção de que todos
os falecidos no Senhor aguardavam a segunda vida de Jesus, para julgar os vivos
e os mortos, quando então os justos ressuscitam com Cristo para estarem com Ele
para sempre. Maria, todavia, não ficaria nesta “espera”. Ela já estava com seu
Filho em toda a sua plenitude; por ser a Imaculada, a Cheia de Graça. Corpo e
alma significa justamente isso: todo o seu ser, sem nenhuma ruptura ou divisão.
O povo fiel intuiu também
que a Virgem Maria foi levada por Jesus, seu Filho, ao céu para estar com Ele
para sempre. Isto faz eco ao “cheia de graças”. Não foi ela que subiu, porém
foi levada. Aí a distinção entre ascensão e assunção. O Ressuscitado subiu ao
céu (ascensão), Maria foi levada por Ele ao céu (assunção).
Desde as primeiras comunidades cristãs, mas especialmente
com a definição do dogma, ao contemplar Maria no céu em corpo e alma, quer-se
exaltar aquela que sempre foi a “pobre serva do Senhor”. Busca-se, assim, por
ela, uma aproximação do Deus que se fez pobre para “anunciar a Boa-Nova aos
pobres” (Lc 4,18). Mais do que isso, aprender com a Pobre Serva do Senhor a ser
pobre para que o Anúncio chegue também a todos e não seja impedido de nos
tocar, por estarmos apegados aos bens, às riquezas e ao mal. Experimentar com
Maria o que quer dizer: “Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes”
(Lc 1,52).
A comemoração de Maria Assunta ao céu alimenta a
esperança cristã. Cristo Jesus subiu para junto do Pai e prometeu preparar um
lugar para os seus. É isto que o cristão espera. Assim, ao professar que a Mãe
de Jesus já está no céu em corpo e alma, o fiel reforça essa certeza de fé.
Maria, a primeira discípula de Jesus, aquela que guardava tudo em seu coração
(cf. Lc 2,51), brilha como modelo para todos os que ainda estão a caminho,
seguindo os passos do Mestre. Se ela pode fazer a vontade de Deus sempre, os
discípulos hoje também podem fazê-la, e sonhar com a glória do céu.
E por último, esse dogma incentiva a prática da oração a
Maria, pedindo sua intercessão. A Igreja sempre tem como certo que uns podem e
devem rezar pelos outros – a comunhão dos santos. Ao apresentar Maria Assunta
ao Céu para o mundo, ela a indica como a Intercessora por excelência. Se Deus
escuta a oração que nós pecadores fazemos uns pelos outros, quanto mais há de
escutar a oração de sua Mãe que foi preservada de todo pecado! Rezemos sempre a
Maria: “Rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.
Pe. Mário Fernando
Glaab.
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