ELE
RESSUSCITOU!
Segundo o evangelista Marcos (16,5-6), quando as mulheres
foram ao túmulo onde Jesus tinha sido colocado, viram um jovem vestido de
branco que lhes disse: “Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele
que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o
puseram! Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro: ‘ele vai à vossa frente
para a Galileia. Lá o vereis, como ele vos disse!’”
O
crucificado e a sepultura
Muito sugestivo que o jovem diz para as mulheres assustadas
que devem ver o lugar onde o crucificado foi colocado: a sepultura. Lá é o
lugar dos mortos! Contudo, ele não está lá no lugar dos mortos.
Jesus, o nazareno, aquele que passou fazendo o bem a
todos, acabou morrendo numa cruz. Esta foi a recompensa que recebeu do seu povo
por tudo que lhe havia feito. Tanto amor que foi pago com ódio. A cruz
tornou-se para Jesus o sinal da condenação; e, a sepultura o sinal da morte e
da vitória do mal sobre o bem. De fato, Jesus morreu na cruz e foi sepultado. Nada
mais valia aquilo que ele fizera, assim como toda a sua vida, o seu ser. Ele
estava morto!
As mulheres que iam embalsamar o corpo de Jesus, na
verdade, estavam prolongando o sinal de morte: queriam conservar por mais tempo
um corpo morto. Tudo está envolto pela sombra da morte. A experiência de vida
que fizeram com o Homem de Nazaré agora somente se resumia em alguns momentos
de saudades e de dor. Logo mais este corpo estaria se decompondo para sempre. E
elas iriam voltar para casa, retornando à vida de antes. Nada restaria.
Ressuscitou:
ide dizer
Se o jovem com vestes brancas chama a atenção das
mulheres sobre o lugar onde colocaram o crucificado, e dizendo que ele não está
ali, muito mais atenção merece quando diz: “Ele ressuscitou! Ide dizê-lo a seus
discípulos...” Este é o anúncio da Páscoa. Passagem do Crucificado para o
Ressuscitado; do medo para o corajoso anúncio. Transformação total. O que era
já não é mais. Agora é o primeiro dia da semana; o sábado já passou. Tudo está
renovado.
Mas o que aconteceu não pode ficar escondido. É preciso
anunciá-lo, é preciso testemunhá-lo. Dizê-lo aos discípulos e a Pedro para que
se dirijam à Galileia, pois lá o verão. Por que dirigir-se à Galileia? É que
ali na Galileia tudo começou. Ali estavam aqueles homens e aquelas mulheres do
povo pobre e sofrido que um dia se encontraram com um homem que olhou para eles
com olhar diferente. Um homem que os convidou a fazer uma caminhada; caminhada
rumo à vida. Na verdade, caminhada rumo a Jerusalém e à cruz. Porém, na cruz e
na morte ele doou a sua vida para que os seus pudessem ter vida. Agora esta
vida, compartilhada com os seguidores, pode ser vista novamente na Galileia.
Lá, à medida em que os discípulos e Pedro souberem compartilhar vida, eles o
verão. E mais ainda, muitos poderão “vê-lo” e receber de sua vida.
Portanto, Ele ressuscitou! Não está mais na sepultura.
Ide dizê-lo a todos. Mas voltem para o lugar onde ele os atraiu por primeiro;
voltem às periferias da sociedade. Voltem para onde as pessoas têm mais carência
de vida, e compartilhem com estas a Vida que vem do Ressuscitado. Lá ele estará
presente até o fim dos tempos.
Feliz Páscoa a todas as pessoas que querem um mundo mais
justo e fraterno; um mundo onde tenha vida, e vida em abundância para todos. Boa
Páscoa para todos os que lutam pela paz, a todos os que têm coragem de desmascarar
os sinais de morte, de desrespeito, de violência. Que o Ressuscitado seja a
nossa força”
Pe. Mário F.
Glaab
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