sábado, 17 de março de 2018

Páscoa: Ressuscitou!

ELE RESSUSCITOU!

            Segundo o evangelista Marcos (16,5-6), quando as mulheres foram ao túmulo onde Jesus tinha sido colocado, viram um jovem vestido de branco que lhes disse: “Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram! Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro: ‘ele vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis, como ele vos disse!’”

O crucificado e a sepultura
            Muito sugestivo que o jovem diz para as mulheres assustadas que devem ver o lugar onde o crucificado foi colocado: a sepultura. Lá é o lugar dos mortos! Contudo, ele não está lá no lugar dos mortos.
            Jesus, o nazareno, aquele que passou fazendo o bem a todos, acabou morrendo numa cruz. Esta foi a recompensa que recebeu do seu povo por tudo que lhe havia feito. Tanto amor que foi pago com ódio. A cruz tornou-se para Jesus o sinal da condenação; e, a sepultura o sinal da morte e da vitória do mal sobre o bem. De fato, Jesus morreu na cruz e foi sepultado. Nada mais valia aquilo que ele fizera, assim como toda a sua vida, o seu ser. Ele estava morto!
            As mulheres que iam embalsamar o corpo de Jesus, na verdade, estavam prolongando o sinal de morte: queriam conservar por mais tempo um corpo morto. Tudo está envolto pela sombra da morte. A experiência de vida que fizeram com o Homem de Nazaré agora somente se resumia em alguns momentos de saudades e de dor. Logo mais este corpo estaria se decompondo para sempre. E elas iriam voltar para casa, retornando à vida de antes. Nada restaria.

Ressuscitou: ide dizer
            Se o jovem com vestes brancas chama a atenção das mulheres sobre o lugar onde colocaram o crucificado, e dizendo que ele não está ali, muito mais atenção merece quando diz: “Ele ressuscitou! Ide dizê-lo a seus discípulos...” Este é o anúncio da Páscoa. Passagem do Crucificado para o Ressuscitado; do medo para o corajoso anúncio. Transformação total. O que era já não é mais. Agora é o primeiro dia da semana; o sábado já passou. Tudo está renovado.
            Mas o que aconteceu não pode ficar escondido. É preciso anunciá-lo, é preciso testemunhá-lo. Dizê-lo aos discípulos e a Pedro para que se dirijam à Galileia, pois lá o verão. Por que dirigir-se à Galileia? É que ali na Galileia tudo começou. Ali estavam aqueles homens e aquelas mulheres do povo pobre e sofrido que um dia se encontraram com um homem que olhou para eles com olhar diferente. Um homem que os convidou a fazer uma caminhada; caminhada rumo à vida. Na verdade, caminhada rumo a Jerusalém e à cruz. Porém, na cruz e na morte ele doou a sua vida para que os seus pudessem ter vida. Agora esta vida, compartilhada com os seguidores, pode ser vista novamente na Galileia. Lá, à medida em que os discípulos e Pedro souberem compartilhar vida, eles o verão. E mais ainda, muitos poderão “vê-lo” e receber de sua vida.
            Portanto, Ele ressuscitou! Não está mais na sepultura. Ide dizê-lo a todos. Mas voltem para o lugar onde ele os atraiu por primeiro; voltem às periferias da sociedade. Voltem para onde as pessoas têm mais carência de vida, e compartilhem com estas a Vida que vem do Ressuscitado. Lá ele estará presente até o fim dos tempos.
            Feliz Páscoa a todas as pessoas que querem um mundo mais justo e fraterno; um mundo onde tenha vida, e vida em abundância para todos. Boa Páscoa para todos os que lutam pela paz, a todos os que têm coragem de desmascarar os sinais de morte, de desrespeito, de violência. Que o Ressuscitado seja a nossa força”

Pe. Mário F. Glaab

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