quarta-feira, 26 de junho de 2013

Avaliação Histórica sobre a TdL

Para quem gosta de se aprofundar sobre questões teológicas que conduzem os destinos da igreja e da sociedade, não deve deixar de ler este artigo. Com um pouco de paciência vai ver como esclarecedora. Boa leitura.
Mário Glaab

Roma e a Teologia da Libertação.

Fim da guerra 'O movimento conhecido como Teologia da Libertação, encontrou eco em todo o mundo', afirma o livroPor Gianni Valente"O movimento eclesial teológico da América Latina, conhecido como ´Teologia da Libertação´, que depois do Vaticano II encontrou eco em todo o mundo, deve ser considerado, na minha opinião, entre as correntes mais significativas da teologia católica do século XX". Quem consagra a Teologia da Libertação com esta elogiosa e peremptória avaliação histórica não é nenhum representante sul-americano das estações eclesiais do passado. O "certificado" de validade chega diretamente do arcebispo Gerhard Ludwig Müller, atual Prefeito do mesmo dicastério vaticano – a Congregação para a Doutrina da Fé – que durante os anos 1980, seguindo o impulso do Papa polonês e sob a direção do então cardeal Ratzinger, interveio com duas instruções para indicar os desvios pastorais e doutrinais que também incluíam os caminhos que as teologias latino-americanas haviam tomado.
A avaliação sobre a Teologia da Libertação não é uma declaração que escapou acidentalmente ao atual custódio da ortodoxia católica. O juízo, meditado, aparece nas densas páginas do volume do qual foi tirada a frase: uma antologia de ensaios escrita a quatro mãos, impressa na Alemanha, em 2004, e que agora está sendo publicada na Itália com o título "Da parte dos pobres, Teologia da Libertação, Teologia da Igreja" (Ediciones Messaggero, Padua, Emi).
Atualmente, o livro irrompe como um ato para encerrar as guerras teológicas do passado e os resíduos bélicos que de tempos em tempos brilham para espairecer alarmas que representam ora interesses, ora pretextos. O livro é escrito pelo atual responsável pelo ex-Santo Ofício e pelo teólogo peruano Gustavo Gutiérrez, pai da Teologia da Libertação e inventor da própria fórmula utilizada para definir essa corrente teológica, cujas obras foram submetidas a exames rigorosos durante muito tempo pela Congregação para a Doutrina da Fé em sua longa estação ratzingeriana, embora nunca tenha sido condenado.
O livro representa o resultado de um longo caminho comum. Müller nunca ocultou sua proximidade com Gustavo Gutiérrez, que conheceu em 1998 em Lima durante um seminário de estudos. Em 2008, durante a cerimônia para o doutorado honoris causa concedido ao teólogo Müller pela Pontifícia Universidade Católica do Peru, o então bispo de Regensburg definiu como absolutamente ortodoxa a teologia de seu mestre e amigo peruano. Nos meses anteriores à nomeação de Müller como presidente do dicastério doutrinal, foi exatamente sua relação com Gutiérrez que foi evocada por alguns como prova da não idoneidade do bispo teólogo alemão para o posto que ocupou (durante 24 anos) o então cardeal Ratzinger.
Nos ensaios da antologia, os dois autores-amigos se complementam reciprocamente. Segundo Müller, os méritos da Teologia da Libertação vão além do âmbito do catolicismo latino-americano. O prefeito indica que a Teologia da Libertação expressou no contexto real da América Latina das últimas décadas a orientação para Jesus Cristo redentor e libertador que marca qualquer teologia autenticamente cristã, justamente a partir da insistente predileção evangélica pelos pobres. "Neste continente", reconhece Müller, “a pobreza oprime as crianças, os idosos e os doentes”, e induz muitos a “considerar a morte como uma escapatória”. Desde as suas primeiras manifestações, a Teologia da Libertação ´obrigava´ as teologias de outras partes a não criar abstrações sobre as condições reais da vida dos povos ou dos indivíduos. E reconhecia nos pobres a "própria carne de Cristo", como agora repete o papa Francisco.
Justamente com a chegada do primeiro Papa latino-americano surge com maior força a oportunidade para considerar esses anos e essas experiências sem os condicionamentos dos furores e das polêmicas daquela época. Mesmo afastando-se dos ritualismos dos “mea culpa” postiços ou das aparentes “reabilitações”, hoje é muito mais fácil reconhecer que certas veementes mobilizações de alguns setores eclesiais contra a Teologia da Libertação eram motivadas por certas preferências de orientação política mais que pelo desejo de guardar e afirmar a fé dos apóstolos. Os que pagaram a fatura foram os teólogos peruanos e os pastores que estavam completamente submergidos na fé evangélica do próprio povo, que acabaram “triturados” ou na sombra mais absoluta. Durante um longo período, a hostilidade demonstrada para com a Teologia da Libertação foi um importante fator para favorecer brilhantes carreiras eclesiásticas.
Em um dos textos, Müller (que numa entrevista de 27 de dezembro de 2012 havia expressado a hipótese do cenário de um papa latino-americano depois de Ratzinger) descreve sem meias palavras os fatores político-religiosos e geopolíticos que condicionaram certas “cruzadas” contra a Teologia da Libertação: “Com o sentimento triunfalista de um capitalismo que, provavelmente, se considerava definitivamente vitorioso”, refere o Prefeito do dicastério doutrinal vaticano, “misturou-se também a satisfação de ter negado desta maneira qualquer fundamento ou justificação da Teologia da Libertação. Acreditava-se que o jogo com ela era muito simples, lançando-a no mesmo conjunto da violência revolucionária e do terrorismo dos grupos marxistas”. Müller também cita o documento secreto, preparado para o presidente Reagan pelo Comitê de Santa Fé, em 1980 (ou seja, quatro anos antes da primeira Instrução sobre a Teologia da Libertação), no qual se solicitava ao governo dos Estados Unidos da América que agisse com agressividade contra a “Teologia da Libertação”, culpada por ter transformado a Igreja Católica em “arma política contra a propriedade privada e o sistema da produção capitalista”. “É desconcertante neste documento”, destaca Müller, “a desfaçatez com que seus autores, responsáveis por ditaduras militares brutais e por poderosas oligarquias, fazem de seus interesses pela propriedade privada e pelo sistema produtivo capitalista o parâmetro do que deve valer como critério cristão”.
Após terem passado décadas de batalhas e contraposições, justamente a amizade entre os dois teólogos (o Prefeito da Doutrina da Fé e aquele que durante um tempo foi perseguido pelo mesmo dicastério doutrinal) alimenta finalmente uma ótica capaz de distinguir as obsoletas armações ideológicas do passado da genuína fonte evangélica que impulsionava muitas das rotas do catolicismo latino-americano depois do Concílio. Segundo Müller, Gutiérrez, com seus 85anos (e que pretende viajar à Itália e passar por Roma em setembro), expressou uma reflexão teológica que não se limitava às conferências nem aos cenáculos universitários, mas que se nutria da seiva das liturgias celebradas pelo sacerdote com os pobres, nas periferias de Lima. Ou seja, essa experiência básica graças à qual – como disse sempre simples e biblicamente o próprio Gutiérrez – “ser cristão significa seguir a Jesus”. É o próprio Senhor, acrescenta Müller ao comentar a frase de seu amigo peruano, quem “nos dá a indicação de nos comprometermos diretamente com os pobres. Fazer prevalecer a verdade nos leva a estar do lado dos pobres”.Vatican Insider, 21-06-2013.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Pensando Pastoralmente

Palavras do Papa Francisco que dão o que pensar.

“Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (...) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!" (Papa Francisco).
Quanto tempo perdido com burocracias em nossas paróquias!
Mário

sábado, 15 de junho de 2013

Para pensar...

CITAÇÕES
"Na Igreja Romano-Católica ocorreu uma inversão hilária: aquilo que na doutrina da Trindade é verdade (ausência de hierarquia...) se torna heresia na Igreja (não há igualdade entre os cristãos, mas uma hierarquia só de homens, pretensamente querida por Deus e uma diferença essencial entre clérigos e leigos)" (L. Boff, Cristianismo: o mínimo do mínimo, p. 175).


"Não há mal que tenha um efeito tão demolidor como o sofrimento que se experimenta como totalmente absurdo e sem sentido" (Queiruga, A. T. Repensar o mal, p. 103).


"A pessoa que se queixa do sofrimento possui uma dignidade que nenhum ateísmo lhe pode tirar" (Queiruga, A. T., citando Moltmann, Repensar o mal, p. 137).

"O anúncio do Evangelho tem que ir pelo cominho da pobreza. Esta pobreza nos salva de nos convertermos em organizadores e empresários. Temos que continuar realizando os trabalhos da Igreja, mas com um coração de pobreza, não com o coração do investimento ou do empresário" (Papa Francisco, homilia da missa na Santa Maria).

segunda-feira, 10 de junho de 2013

HUNSRICKISCHESGESCHITJE - DIALETO

DAT SCHLAUE FRITZCHE
Bei uns in der Kolonie wohre doch die Kinne imme gut gezoh, awe alsemol honse doch mol ebbes dummes gemach. Gans hinne am Taquarewald hot doch de Ledeschlappefriedhold gewoht. De hot son Bub, son kleine Lausat, wo imme fa Alles fettich war. Fritzche horra gehees. Die Gurisode hon enfach dat Schlaue Fritzche fa de Lausbub gesoht.
Emol hot dem Fritzche sei Pabbei mol oanbefehlt: “Heit gehst du bei de Poodda un tust ihm mo poo Pinhon gewe; mea honn doch so viel, die Schwein fresse se jo gonet all. Awe sei oanstennich: wen de Poodda kimt dan must du ihn gleich schen griisse, Gelob sei Iesus Christus saad man iwe son en heiliche Mensch wie de Herrpharr. Hoschte verstan?” Dem kleine Fritz hon ach schon gleich de Aue geblinzelt von Freit: im Ort rum strippe, dat wo doch mit ihm. Hot geantwort: “Jo, siche, ich gehn sofort, un ich werte de Poodda gut respektiere. Ich weis doch heflich sen”. Schun horra die Pinhons in en Kerpche uns fot wohra. Dat Schlaue Fritzche is dorich die Strosse gelaaf un hot mit jede ene gemescht. Die Lei hon de Guri gekent, deswege hot keine was druff gebb. Wie dat Fritze an dat Kerichhaus komm is, do hohra ach gleich an de Tea geglingelt: Blin, blin, blin; nochmal, blin, blin, blin. Komisch: dat Fritze wor schon fertich fa de Pharr mit sei gelobt sei Iesus Christus se griisse, awe wie doch endlich di Tea uff gan is, do is dat Fritzche iberrascht wo: dat wo net de Poodda, doch die Schwesta Elizabetta. De Guri hat sich awe net apuriert, hot bische gestotert, awe doch fix gesaat: “Schwesta Lizabett, gegrist seist du, Maria”. Die Schwesta, wo doch imme grinsich wo im Kolech, wie sie das geheat hot un noch die Pinhons im Kerpche gesihn hot, must lache; hot dem Guri gedankt un noch en stick Schokolode zum lutsche geb. Dat Fritzche is abgehau un hot gejuhkst.
So wor es halt wie di Zeite noch net so uhnrein wore, do hon die Kinne ach ihre Artes gemach, awe das hat keene Schoote getun.
Glaabsmario
www.marioglaab.blogspot.com.br

Vaticano II hoje (4)

PACTO DAS CATACUMBAS (PONTO 3)

            No terceiro item do Pacto das Catacumbas os bispos assim se expressam: “Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco, etc., em nosso nome; e, se for preciso possuir, poremos tudo no nome da diocese, ou das obras sociais ou caritativas. Cf, Mt 6,19-21; Lc 12,33s.”. Os textos citados dizem: “Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”, e “Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói”.
Não possuiremos...
            O firme propósito de não possuir é o mais genuíno desejo de liberdade. Quando Jesus afirma que a verdade liberta (cf. Jo 8,32) está ensinando que o seu discípulo é verdadeiro quando está totalmente livre para segui-lo, isto é, não tem amarras que o prendem, mas deixa tudo para trás, para estar com o Mestre. Para os bispos possuir imóveis, móveis ou conta bancária representava falta de liberdade, cadeias e obstáculos para serem verdadeiros seguidores do Mestre Jesus de Nazaré. Aquele, cujo coração está preso aos imóveis, móveis e contas bancárias, não pode assumir com pureza o Evangelho, menos ainda, anunciá-lo e compartilhá-lo com os irmãos. Estas coisas distanciam o bispo, o padre e, pior ainda, o religioso, da grande maioria do povo, que é pobre. A liberdade que os bispos almejam com o não possuir lhes dá proximidade ao projeto de Jesus de Nazaré, que foi enviado para dar a Boa Notícia aos pobres (cf. Lc 4,18); dá-lhes oportunidade de se compadecer e experimentar, com coração de pobre, a paz que vem da confiança no Deus dos pobres. A proposta deixa bem claro que, ou a Igreja é dos pobres, dos que sofrem, ou deixa de ser a Igreja de Jesus. Se não são eles que preocupam os bispos, com quem ou com que estão preocupados? Para quem sabe ler no mais profundo, talvez consiga ler que os bispos estejam dizendo que o maior pecado consiste precisamente em se fechar aos sofrimentos e aos gritos dos pobres, e pensar apenas em si e no próprio bem, nas posses, nas honras e no poder. O cardeal Martini, falecido há pouco, falando para os nossos dias, dizia que nestes tempos de globalização, o cristianismo deve globalizar a atenção ao sofrimento dos pobres da Terra. Portanto, muito acertada a proposta dos bispos, pois, como pastores na Igreja Cristã, são os primeiros que devem “globalizar” sua atenção aos pobres, sofrendo junto com eles para lhes diminuir os sofrimentos.
Em nosso nome
            Todo ser humano necessita de bens que a bondade divina lhe proporciona. Aliás, a natureza criada por Deus é muito pródiga. Existem bens em abundância e, se forem usados responsavelmente e partilhados com justiça, com certeza ninguém vai perecer por falta deles. Contudo, Deus criou o mundo e o entregou ao ser humano, a cada ser humano. Deus tanto confiou no ser humano que lhe deixou a tarefa de fazer com que a criação produzisse frutos a partir de seu trabalho. A criação, apesar disso, continua a criação de Deus, jamais criação do homem.
            Os bispos entenderam bem, e com bastante lucidez assumiram o compromisso de não possuir os bens em seu nome. Eles, como bispos (também os padres) já estão no nome de Alguém: Jesus Cristo. Como então possuir em seu nome? Jesus não tinha nem onde reclinar a cabeça! A consciência da missão de, em nome de Cristo, dizer a todos que os bens criados por Deus precisam ser compartilhados na justiça e na caridade exige desprendimento total. E, quando essa tarefa o exige, colocar os imóveis, móveis e a contas bancárias no nome da diocese ou de obras sociais é, justamente, testemunhar que tudo está aí para o bem de todos. Se o bispo é o pastor de uma diocese, os bem que administra é para o bem dos diocesanos. Não pode haver outra razão. Assim foi o Mestre; assim será o que faz, como discípulo, às vezes desse Mestre.

Dos dias do pacto até aos dias de hoje
            A história não o nega: o pacto das catacumbas teve grande impacto, especialmente nos países da América Latina, também na África, Ásia e, até mesmo, na Europa e na América do Norte. Houve libertação para muitos pastores das igrejas dos pobres, isto é, muitos pastores (bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e leigos engajados) renunciaram a ter em seu nome bens, e com coragem, compartilharam da vida simples e pobre da maioria do povo. Junto ao povo desvalido aprenderam a verdadeira caridade, aquela que somente Jesus, o Pobre de Nazaré, ensina. Na prática perceberam que esta maneira de viver não se aprende nos livros, mas somente junto aos que são felizes porque Deus escondeu essas coisas aos sábios e entendidos. A Igreja conheceu seu Senhor presente nas cruzes de sua gente e, se aproximou dEle como nunca até então. Por essa causa, assumida corajosamente, foi duramente criticada e perseguida, mas sua credibilidade diante do mundo tornou-se testemunho. Até hoje se colhem numerosos frutos do trabalho de muitos bispos, padres e milhares de leigos pobres e livres, que não se envergonharam de Jesus de Nazaré e de seu Evangelho: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (Lc 6,20).
            Nem tudo deu certo. A história mostra que desde o imediato pós-concílio forças contrárias lutaram para que o compromisso dos bispos do pacto ficasse somente no papel. Verdadeiras campanhas contra a Igreja dos Pobres se alastraram. Tentou-se por todos os meios denegrir o nome dos pobres e dos que estavam a seu favor. Manifestações dos pobres eram reprimidas e, com notícias truncadas e tendenciosas, tentaram-se influenciar a opinião pública para tachar todos os que estavam junto às vítimas como maus, violentos, vagabundos, sem ordem, etc. Bispos, padres e leigos comprometidos eram classificados como pertencentes a partidos de esquerda e até mesmo comunistas. Os teólogos da teologia de libertação eram os mais criticados. Alguns foram duramente perseguidos e excluídos.
            O que, no entanto, mais assusta é que hoje, 50 anos após o Concílio Vaticano II, a Igreja e a sociedade estão sendo invadida pela mentalidade do clericalismo possuidor de bens, de honras e de poderes. Cresce o número dos pastores que se fecham em seu gabinete, e de lá, administram as dioceses, as paróquias ou as comunidades. Suas ordens são ordens. Tem atrás de si o respaldo do poder – infelizmente muitas vezes econômico! Sabe-se que certas atitudes não são nada conforme o pacto das catacumbas, e muito menos, conforme Jesus de Nazaré. Cometem-se injustiças entre os irmãos de um mesmo presbitério; dificulta-se a atuação de quem pretende estar do lado do mais necessitado, privilegia-se àquele que “promete mais” (economicamente!). Os cargos mais importantes são todos confiados somente a estes. Talvez esteja mais do que na hora de abrir os olhos, não só do corpo, mas também os do coração, para, neste momento histórico único interpretar os sinais dos tempos – o grande sinal do Papa Francisco -, para reassumir, como fizeram os bispos durante o Concílio, à renúncia aos bens que tanto mal fizeram e fazem à Igreja. Ao se repropor esses compromissos não se quer afirmar que os pobres são melhores do que os demais, somente tomar consciência de que, pelo fato de serem pobres, eles merecem um tratamento especial por parte de Deus e dos discípulos de Jesus Cristo. A única razão do privilégio dos pobres, conforme Jesus ensinou no evangelho de Lucas, consiste em que são pobres e oprimidos; e, Deus não pode “reinar” no mundo senão fazendo-lhes justiça. Essa justiça é atualizada pelos que seguem verdadeiramente o Mestre Jesus. E lembremos ainda: onde Deus “reina” não mais poderão reinar os poderosos sobre os fracos nem os fortes (de dinheiro) sobre os indefesos (os que não têm dinheiro).
Pe. Mário Fernando Glaab
WWW.marioglaab.blogspot.com.br

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Citação interessante

"Em toda Palavra há uma presença do Senhor que santifica. Há graus de força na palavra falada na Igreja, desde a informação catequética até a Palavra que perdoa. Ela adquire sua maior força quando é exibitiva, isto é, realiza o que exprime, como nos sacramentos" (Libânio).