domingo, 9 de março de 2014

Concílio Vaticano II hoje (14)

PACTO DAS CATACUMBAS (PONTO 13)

            O décimo terceiro e último item do Pacto das Catacumbas diz: “Tornados às nossas dioceses respectivas, daremos a conhecer aos nossos diocesanos a nossa resolução, rogando-lhes ajudar-nos por sua compreensão, seu concurso e suas preces. Ajude-nos Deus a ser fiéis”.
            Sem sombra de dúvida, o último item do pacto revela a seriedade do propósito. Demonstra que o compromisso não deve ficar guardado entre os bispos somente. Os diocesanos devem saber o que os bispos assumiram. E mais ainda, aos diocesanos se pede ajuda, compreensão e orações. Revela humildade diante do desafio, que não haveria ser pequeno.
            Depois de meio século do histórico Pacto das Catacumbas não é possível dizer superficialmente que tudo ficou no passado. O pacto, e claro, bem mais ainda, o ar renovador do Concílio Vaticano II, produziram muitos frutos na América Latina e pelo mundo afora. Talvez um ou outro bispo não conseguisse atingir, de imediato, seus diocesanos como gostaria. Mas os novos ares se alastraram pelo mundo. Muitas transformações ocorreram.

O jubileu
            Como sugerimos em todos os itens, agora na conclusão, achamos útil lembrar que o jubileu pode ser um momento oportuno para rever, à luz do Pacto das Catacumbas, o nosso modo de ser Igreja hoje. Se por um lado o cansaço freou o ritmo da caminhada de muitas comunidades; por outro, pululam em todos os cantos novas iniciativas. Os pastores estão mais perto do povo. Aliás, são forçados a se aproximarem, caso contrário, ficam sozinhos, ou seu rebanho perde toda expressão. O bispo, o padre, ou qualquer agente de pastoral, se não se coloca junto ao seu povo, não será procurado por ninguém! O povo encontra um outro mais atencioso e simples. Isso é muito positivo.
            O papa Francisco ensina que o pastor precisa estar na frente do seu rebanho para abrir caminhos, estar no meio para caminhar com ele, e, estar atrás do rebanho para segui-lo, pois também o rebanho, inspirado pelo Espírito, percebe onde pode encontrar verdes pastagens. Portanto, o pastor que ainda busca seu bem-estar antes do bem-estar do rebanho está desatualizado. Sendo generoso para com um bispo assim, pode-se dizer que está, ao menos, atrasado por mais de cinquenta anos!
            Concluindo, queremos fazer nossas as palavras do teólogo A. T. Queiruga: “Não é possível colocar portas ao livre vento do Espírito. A nós cabe esperar humildemente, abrindo-lhe as velas de nossa fidelidade e emprestando-lhe generosamente nossas mãos. Mãos que somente têm direito de apresentar-se diante do mundo unidas no diálogo e no trabalho do amor, acima de quaisquer discrepâncias teóricas” (Congresso Continental de Teologia, São Leopoldo, 2012).
Pe. Mário Fernando Glaab

WWW.marioglaab.blogspot.com.br

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