PACTO
DAS CATACUMBAS (PONTO 13)
O décimo terceiro e último item do Pacto das Catacumbas
diz: “Tornados às nossas dioceses respectivas, daremos a conhecer aos nossos
diocesanos a nossa resolução, rogando-lhes ajudar-nos por sua compreensão, seu
concurso e suas preces. Ajude-nos Deus a ser fiéis”.
Sem sombra de dúvida, o último item do pacto revela a
seriedade do propósito. Demonstra que o compromisso não deve ficar guardado
entre os bispos somente. Os diocesanos devem saber o que os bispos assumiram. E
mais ainda, aos diocesanos se pede ajuda, compreensão e orações. Revela
humildade diante do desafio, que não haveria ser pequeno.
Depois de meio século do histórico Pacto das Catacumbas
não é possível dizer superficialmente que tudo ficou no passado. O pacto, e
claro, bem mais ainda, o ar renovador do Concílio Vaticano II, produziram
muitos frutos na América Latina e pelo mundo afora. Talvez um ou outro bispo
não conseguisse atingir, de imediato, seus diocesanos como gostaria. Mas os novos
ares se alastraram pelo mundo. Muitas transformações ocorreram.
O
jubileu
Como sugerimos em todos os itens, agora na conclusão,
achamos útil lembrar que o jubileu pode ser um momento oportuno para rever, à
luz do Pacto das Catacumbas, o nosso modo de ser Igreja hoje. Se por um lado o
cansaço freou o ritmo da caminhada de muitas comunidades; por outro, pululam em
todos os cantos novas iniciativas. Os pastores estão mais perto do povo. Aliás,
são forçados a se aproximarem, caso contrário, ficam sozinhos, ou seu rebanho
perde toda expressão. O bispo, o padre, ou qualquer agente de pastoral, se não
se coloca junto ao seu povo, não será procurado por ninguém! O povo encontra um
outro mais atencioso e simples. Isso é muito positivo.
O papa Francisco ensina que o pastor precisa estar na
frente do seu rebanho para abrir caminhos, estar no meio para caminhar com ele,
e, estar atrás do rebanho para segui-lo, pois também o rebanho, inspirado pelo
Espírito, percebe onde pode encontrar verdes pastagens. Portanto, o pastor que
ainda busca seu bem-estar antes do bem-estar do rebanho está desatualizado.
Sendo generoso para com um bispo assim, pode-se dizer que está, ao menos,
atrasado por mais de cinquenta anos!
Concluindo, queremos fazer nossas as palavras do teólogo
A. T. Queiruga: “Não é possível colocar portas ao livre vento do Espírito. A
nós cabe esperar humildemente, abrindo-lhe as velas de nossa fidelidade e
emprestando-lhe generosamente nossas mãos. Mãos que somente têm direito de
apresentar-se diante do mundo unidas no diálogo e no trabalho do amor, acima de
quaisquer discrepâncias teóricas” (Congresso Continental de Teologia, São
Leopoldo, 2012).
Pe. Mário
Fernando Glaab
WWW.marioglaab.blogspot.com.br
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