Solang wie es geht, geht's jo!
Wie geht es? Och, es geht. Naja, dann geht's jo.
Es geht imma bessa, haupsechlich de Berich runne!
sábado, 31 de dezembro de 2016
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Hunsrikisch - Historinha em dialeto alemão sul-brasileiro
DAS
MODENNE LEWE
Wie die Modennheit in
die Kolonie kum is do is jo Alles annesta gebb. Friia do hot ma jo das Lewe mit
Gemitlichkeit oangesihen. Speta is das jo imma schlimma gebb mit dem Rasen.
Keine kan jo me gemitlich sei Schimaron trike un iwa das Wetta spreche; es
heist imma ma muss sihen dass georwet wet, um dass die Zeit benutz wet. Zeit,
son’se, is Geld. Oje, das losst die Leit ganz varickt. Un dan, im dem
Corre-corre tun se jo die Helft vergesse, die scheene Sache vun Lewe iwahaupt.
Uff emol hot doch de
Fritz vun Capiroweberg mo de Pinhonleopold in de Wende oangetrof, dat in
Statplaz, wo die Leit jede Wuch mo hin sin fa erre Geschefte abmache. Wie sie
sich gegrist han do hat de Fritz an dem Leopold sein Finge en Zwennfoden
oangebun gesihen. Hot ach gleich mo gefrot: “Na, warom hoscht du em Foden an
dei Finge?” Dan hot de Leopold erklert: “Ja, das hat mei Frauche gemach; dat
solt sen dass ich net vergesse tet de Brief wo sie fa unsa Rudi geschrip hot
uff die Post se tun”. “Naja, un hoscht du ihn schun abgeschickt?” frot dan de
Annere. De Leopold lametiert: “Gut, ich wolt es jo mache, awa mei weib hot jo
doch vegess mir de Brief mitgewe”.
Da is alles Konsequenz
vun dem Votschrit. Die Modennezeit tut die Leit all dum un vergess losse. Das
Lewe is modenn, awa ich meene sie wea net me so schen um lustich wie um die
Zeit wie es woa wie die Televison, die Komputas, um die Internet noch net uff
de Kolonie existiert hot. Imma mea veliert ma die lustiche Sache wo die Familie
so reich gemacht hot. Das is halt mo so in dem modenn Lewe.
Glaabsmario
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
O Dízimo aproxima dos pobres.
DÍZIMO
E PARTILHA COM OS POBRES
Nada mais justo e acertado que afirmar que o dízimo é
gesto gratuito de “devolução” a Deus por tudo o que dele recebemos. Quem possui
consciência de que tudo vem de Deus, como manifestação de seu infinito amor,
não tem dificuldade para fazer do seu dízimo a resposta amorosa e gratuita. No
entanto, onde e como é possível devolver a Deus os inúmeros dons que dia após
dia ele dá a cada filha e filho seu? É suficiente colocar o nome na relação dos
dizimistas da paróquia e descontar um valor considerável da renda cada mês, e
pronto?
Dízimo:
devolução generosa
Diante das muitas
iniciativas de conscientização, empreendidas nas últimas décadas, para
esclarecer a importância e o verdadeiro sentido do dízimo; ficou claro, para os
que dão – e não pagam – o dízimo, que ele é devolução generosa, conforme a fé e
a possibilidade de cada um. Fica, porém, algo de estranho no ar: se Deus dá com
tanta abundância ao ponto de não reter nada para si – o ser humano é provido de
liberdade para administrar a criação -, ele espera ou aceita algo em troca de
seu gesto amoroso? Já o salmista se pergunta: “Que retribuirei ao Senhor por
todo o bem que me deu?” (Sl 116,12) e se refere à salvação que vem pelo nome do
Senhor, sem responder convenientemente. Generosidade é, neste caso, algo que
vai além da devolução, pois devolução implica necessariamente uma forma de “pagamento”,
mas contém em si mesmo o conceito de gratuidade.
O generoso é generoso, não porque quer ser bom, mas muito
mais, porque experiencia a generosidade gratuita. A generosidade do generoso
não está em vista de provocar outros a serem também generosos, porém parte
daquilo que é experiência vivida e acolhida. Quer dizer que antes de alguém ser
generoso, ele já se experimenta envolvido pela generosidade do outro (Deus).
Quem nunca deixou se enlevar por esta experiência nunca poderá ser
verdadeiramente generoso.
Mas então, por que devolução generosa? Quando alguém é
generoso ele está devolvendo algo para Deus? O dízimo é esta devolução? Deus
precisa dela? Dá o que pensar!
A
generosidade e os pobres
Alguém pode pensar que Deus colocou os pobres no mundo
para que os generosos pratiquem sua virtude. Negativo! Isto seria crueldade da
parte de Deus. Deus, que é Amor, nunca sacrificaria uma criatura sua para que
outra possa ser virtuosa (ainda mais que a generosidade da criatura nunca ser
perfeita). Se existem pobres em nosso meio não é por culpa ou planejamento de
Deus. Deus fez tudo para ser bom; e, a pobreza não é coisa boa. Nem mesmo a
situação de quem é pobre. Se Deus ama o pobre, não é porque Deus o quer pobre.
Deus ama o pobre porque o quer bem. A generosidade de Deus é para com todos. Se
existem pobres, não é porque Deus é mais generoso para com alguns e menos para
com outros. O que acontece é que uns se apossam dos bens que Deus em sua imensa
generosidade, coloca à disposição de todos, isto é, dos outros. Assim se
desequilibra a harmonia querida por Deus. Alguns ficam com o que é dos outros.
A generosidade de Deus é atingida em sua aplicabilidade. É a ganância que tanto
sofrimento acarreta para o mundo todo.
O dízimo como reconhecimento (experiência) da
generosidade de Deus não devolve um pouco do recebido a Deus, que não quer nada
em troca de seu amor. É, no entanto, continuação da obra de Deus, que é o
Generoso. Como ele não pode não amar, ele mesmo, em Jesus Cristo, se identifica
com o pobre, para que a nossa generosidade o atinja lá onde está o pobre.
Todavia, o pobre – Jesus Cristo – não é atingido por quem quer fazer algo em
prol dele, mas somente quando a experiência do amor de Deus o faz estar em
comunhão, isto é, quando compartilha os mesmos desafios, as mesmas carências e
as mesmas dores do pobre. Generosidade é identificação, assim como Deus, em
Jesus Cristo se identifica com todo ser humano, preferencialmente com o pobre.
Uma paróquia que recebe o dízimo de seus fiéis somente é
“dizimista” quando se faz generosa. A sua generosidade é fruto do amor generoso
de Deus, manifestado nos membros que a compõem, e por sua vez, é generosa com
os pobres, os que clamam por identificação. Talvez seja também isso que o Papa
Francisco nos quer ensinar quando insiste em uma “Igreja pobre e em saída”.
Sejamos acolhedores da generosidade de Deus, sejamos
dizimistas generosos para que nossa paróquia possa se identificar com os
pobres, e assim se estabelecer uma rede de generosidade: Deus generoso com seus
filhos e filhas generosos.
Pe. Mário
Fernando Glaab
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Religiões a serviço da paz
AS
RELIGIÕES A SERVIÇO DA PAZ
A volta do religioso é constatado por todos os
observadores. A sociedade superou a fase crítica da indiferença e resistência
ao espírito religioso. Isto, no entanto, não quer dizer que as religiões, mesmo
a religião cristã e católica esteja aumentando numericamente. O que de fato
acontece é uma volta ao espírito religioso de cunho mais individual, conforme
as opções de cada grupo ou indivíduo. Pergunta-se, este retorno do religioso
ajuda a consolidar a paz entre as pessoas e das pessoas para com toda a
criação?
Lamentavelmente deve-se responder que não é bem isso que
se vê no cotidiano. O mundo de hoje apresenta um quadro relacional cada vez
mais carente de paz. Os conflitos entre os poderosos e ricos desta terra por um
lado e os fracos e pobres do outro, trazem como consequência imediata enorme
falta de paz. Cada vez mais o direito de vida digna é negado a indivíduos, a
famílias, a grupos e a povos inteiros. Isso causa violências, revoltas e mais
guerras, e a paz vai pelos ares.
Basta olhar as manchetes dos jornais para nos
escandalizar com notícias de roubos, corrupção, violências, mortes, assaltos e,
ultimamente vemos crescer a vergonhosa vingança e perseguição, geralmente
infundada e injusta. Assiste-se, estupefato, a ascensão de quem promete
construir muros, quando na verdade o mundo precisa de mais pontes. Aliás, todas
estas coisas são injustas e, ao invés de contribuir com a ordem e a harmonia,
cada vez criam mais desavenças e frustações.
Os gritos e apelos de milhões de seres humanos são
abafados e, pequenos grupos defendem seus interesses particulares. Enquanto
famílias inteiras são deslocadas de suas terras e de seus países, os grupos
dominadores conduzem seus negócios longe desses miseráveis, sempre na escuridão
ou escondendo a verdade. Prometem solucionar os problemas que tanto sofrimento
trazem, porém, mantendo as massas alienadas, acarretam cada vez mais dor e
morte pelo mundo afora. É triste saber que os alienados (provavelmente sem
culpa, pois a mídia os cega e não deixa ver a verdade) aplaudem e elegem seus
próprios “açougueiros”!
Paz
Diante deste quadro macabro, pintado com cores fortes
retratando sangue derramado pelas vítimas da ganância, inveja e maldade,
pergunta-se sobre a paz. O que vem a ser paz neste mundo onde há tanta carência
dela?
Paz, com certeza, não é aquela que os ricos e poderosos
desejam, a “paz dos cemitérios”. Esta é o calar a boca dos pobres para que não
perturbem. Dá-se lhes uma migalha para que sejam bonzinhos. Não, isso não pode
ser paz.
A paz, tão almejada pelo ser humano, pode ser resumida na
palavra “harmonia”, ou então, estar de bem com Deus, com o próximo e com tudo o
que nos circunda. Mas isto deve ser melhor explicado. Esta harmonia é algo
duradouro, realização plena para cada pessoa e para humanidade toda. O Papa
Francisco lembra que na paz “tudo está relacionado, e todos nós, seres humanos,
caminhamos juntos como irmãos e irmãs em uma peregrinação maravilhosa,
entrelaçados pelo amor que Deus tem a cada uma das suas criaturas e que nos une
também, com terna afeição, ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à mãe
terra” (Ludato Si, n. 92).
A paz, é então um dom que se alcança porque se crê, não
no poder do dinheiro, dos ricos e poderosos deste mundo que só sabem explorar,
destruir e matar, mas na realidade divina e sagrada que ultrapassa todos esses
falsos valores. A paz, alcançada pela fé nessa realidade sagrada, é
verdadeiramente paz porque torna o ser humano livre das amarras e de seus
próprios impulsos animalescos. Somente homens livres podem experimentar paz e
transmiti-la. A fé faz viver. Quem não tem paz, não vive!
As
religiões
Todas as religiões, enquanto tais, no seu ímpeto de
estabelecer relações com o Transcendente, com o sagrado, estão, em última
análise, procurando a tão desejada harmonia entre o Criador e a criatura: a
paz. Cada tradição religiosa concebe esta paz do seu jeito. O cristão,
continuando a experiência da religião judaica, a vê como Reino de Deus, da
justiça, da fraternidade e da vida em abundância. É próprio de cada religião
partir da realidade das relações entre os humanos, lá onde se sonha com um
mundo melhor, mas onde também se enfrenta o mundo mau, desumano e destruidor da
vida. A função da religião é ultrapassar esta realidade transitória para
“entrar” em nova realidade. As revelações que se alcança nas religiões
pretendem responder às questões dos humanos e, que assim os elevam para o nível
superior da relação harmoniosa. Os limites são transpostos, não pelas próprias
capacidades, mas com as que vêm do alto.
Fé é comum a todas as religiões. Ninguém pode se
considerar religioso sem fé, justamente porque a religião o conduz a outra
realidade onde há “encontro” com Deus que renova as relações em direção da paz.
Podem haver muitas crenças distintas entre as diversas religiões, mas a fé não
pode faltar em nenhuma. A fé é fundamental enquanto as crenças e a maneira de
expressar a crenças são muito diferentes e superficiais. Às vezes, quando se dá
muita importância para as inúmeras crenças, surgem conflitos que muito
empobrecem a busca da paz.
A paz não é propriedade desta ou daquela religião; ela é
antes, buscada por cada uma. E, à medida que uma religião ajuda seu fiel a crer
na realidade divina ou sagrada, renuncia a tudo que é transitório; e se torna
mediação útil entre o crente e a realidade da paz. O relacionamento com essa
realidade é a paz, ou ao menos, o início da verdadeira paz. O fiel não alcança
a paz porque pertence a uma determinada religião, mas porque crê na realidade
transcendente, divina, sagrada, da qual a religião é mediação. A paz, é então,
mais que sossego; é um estado de espírito, uma forma espiritual de crer e de
viver harmoniosamente.
Mesmo que frequentemente as religiões se tornaram
culpadas por ambiguidades e até por sofrimentos, frutos de mecanismos
violentos; isto não tira seu valor intrínseco na busca da paz para todos. O que
acontece, nestes casos, é que se esquece a fé fundamental e se coloca em seu
lugar crenças e costumes que dividem e fanatizam. Nenhuma religião pode incitar
seus fiéis à violência. E como diz um teólogo de nossos dias: “(Nas religiões)
a reocupação em vencer não deve prevalecer em relação ao convencer, e o
convencer não pode ser condição para conviver pacificamente” (Elias Wolff,
coordenador do Núcleo ecumênico e Inter-religioso da PUCPR).
Conclusão
A paz é anseio universal. Porém, alguns a procuram
egoisticamente só para si ou para o seu pequeno grupo. Ignoram os demais e, por
isso, usam meios, os mais deploráveis, quais são a exploração, o roubo, a
corrupção e múltiplas formas de violência. Enganam-se, pois a paz não consiste
nestas coisas. Mesmo que todas as religiões sejam intermediárias entre seus
fiéis e a realidade sagrada, alguns as usam com intenções falsas: aproveitam-se
delas para, mais uma vez extravasar sua ganância egoísta. Alienam os mais
fracos, dando-lhes a ideia de que observando certos costumes e escondendo-se
atrás de determinadas crenças, são possuidores e promotores da paz.
Todavia, as religiões contribuem para a paz na humanidade
quando ensinam a ser com o outro, ensinam a conviver social e espiritualmente
com o outro, a buscar com o outro, dialogar com o outro. Talvez este seja o
primeiro passo no rumo da paz duradoura, com a qual todos sonhamos; e que Jesus
Cristo anunciou e proclamou. É preciso ter coragem para converter, não somente
a nós mesmos individualmente, mas também as nossas religiões.
Pe. Mário
Fernando Glaab
www.marioglaab.blogspot.com.br
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Meditar e refletir
CRER
É PRECISO, PENSAR TAMBÉM
Sem entrar na complicada discussão da relação entre razão
e fé, entre conhecimento científico e conhecimento infuso, queremos refletir e
meditar sobre “crer” e “pensar”. Pois se alguém afirma que hoje, mais do que
nunca, é preciso crer, devemos completar, e pensar também. Aliás, os tempos e
as situações, no percorrer da história, mudam, mas os desafios são sempre os
mesmos. O ser humano não deixa de ser impulsionado a procurar respostas para os
questionamentos mais existenciais, tanto na dimensão da fé quanto na dimensão
racional.
Fé
Se acreditar é fruto da fé, é consequência da adesão
consciente a Alguém ou a algo que escapa da demonstração científica. Neste
caso, ter fé é mais do que aceitar simplesmente. Na verdade, a doutrina cristã
ensina que a fé é uma das três virtudes teologais, isto é, infusas por Deus na
pessoa que acolhe Jesus Cristo como Senhor no batismo. É, então, um dom que o
fiel recebe, mas que ele precisa desenvolver. Claro que não se pode restringir
a fé somente aos cristãos, achando que outras pessoas não possam ter fé. Deus não está amarrado aos nosso esquemas
sacramentais; eles, porém, são o caminho ordinário que por meio de Jesus Cristo
nos levam ao mistério de Deus.
Não resta dúvida de que o ser humano, sempre foi e sempre
será convidado a sair de si, de suas respostas imediatas, e se elevar a uma outra
esfera, a esfera do sobrenatural. Nem mesmo as respostas da filosofia
satisfazem o profundo desejo de conhecer o sentido da vida, do Transcendente e
do mundo. Justamente aí entra o convite à fé. Deus, de mil e uma maneiras se
comunica aos humanos – sempre em “linguagem” humana -, para que saiam de si e
tenham fé. No entanto, Ele não obriga ninguém a fazer isso. Ele não dá sinais
que possam ser comprovados em laboratório ou calculados matematicamente. Ele
propõe, convida e aguarda adesão. É misterioso o fato de alguns crerem e outros
não crerem. Mas, a fé igualmente não pode ser mensurada com medidas humanas.
Quem pode entrar no íntimo do coração alheio para lhe medir a fé ou a falta de
fé? Na verdade há dois tipos de pessoas que afirmam a necessidade da fé:
aqueles que a possuem e aqueles que não a têm mas a confundem com sua preguiça
de pensar. Estes últimos justificam seu comodismo ou sua incapacidade de pensar
dizendo que é preciso crer, uma vez que as coisas são muito complicadas para
ser entendidas.
Razão
É próprio da razão humana pensar. Seu pensamento, quando
bem ordenado, busca respostas para os mais diversos questionamentos da vida. No
decorrer da história o pensamento humano fez enormes progressos, conquistou
muitos conhecimentos, desenvolveu os mais diversos saberes que, além de
satisfazerem muitas curiosidades, tornam mais digna e mais prazerosa a vida
humana. A tecnologia – fruto do desenvolvimento científico -, quando colocada a
serviço do bem de todos, facilita a comunicação e a colaboração entre as
pessoas, tornando a vida mais alegre e menos assustadora diante de tudo que se
lhe opõe.
Como o ser humano é ser-pensante, nada justifica
renunciar a tal propriedade. Quanto mais humano alguém quer ser, mais pensante
deve ser. Nada o dispensa de procurar respostas diante de sua “curiosidade” frente
ao mundo e frente aos desafios da própria vida, da vida dos outros e de toda a
criação. Passar por esta vida sem pensar seria o mesmo que passar por inúmeras
oportunidades de se realizar e de ajudar na realização dos outros, e nada
fazer. Seria dizer: eu não posso ajudar, mas creio que Deus o faz por mim.
Isto, na verdade, seria covardia. Seria atribuir a Deus o que é da
responsabilidade humana.
Meditar
e refletir
O homem de fé medita, o homem que pensa reflete. Isto,
todavia, é muito esquemático, pois a meditação conta com a reflexão, e a
reflexão conta com a meditação. Somente medita quem reflete e, a reflexão abre
portas para a meditação. Como vimos, a fé é um dom gratuito de Deus, aceito e
cultivado livremente pelo ser humano. Mas isso não o dispensa da busca incessante
de respostas para os desafios da vida e do mundo. E, o ser humano que reflete,
mesmo que não tenha fé, pode se sentir impulsionado a dar um passo para o além,
para o Transcendente. Seria o passo para a fé.
Crer é preciso, no entanto, pensar também o é. E, pode-se
dizer mais ainda: ninguém pode ser forçado a crer, mas quem não quer pensar,
também não pode exigir nada do relacionamento humano, uma vez que ele não
colabora com nada. Crer é graça, pensar é dever humano.
Crer por não querer pensar é covardia; pensar para crer é heroísmo.
Crer por não querer pensar é covardia; pensar para crer é heroísmo.
Pe. Mário
Fernando Glaab
www.marioglaab.blogspot.com.br
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Hunsrickisch Geschitje
DAT
FISCHEREI
Fria wie mea all noch Kinna wore, so freche Kurizzode, do
is doch Allehand intressantes passiat. Mea hatte doch dicht bei uns die Rio; de
Fluss is doch groat so viahunnet Meta hinna unsa haus dorich gelaaf. Wo mea
gewoht hon dat wo jo so en schen Platz: de Fluss, dat Potrea mit grosse Beim
vun alle Satte, de Wech wo de Berich nuff gang is, die Heissa – unsres un de
Nochbas eres – die Kuhstell, Schweinestell, Hinkelstell, die Paiol un was noch
alles debei geheat. Dat hat alles herlich ausgesien.
Wen mo so via oda finf
Kuri beisamme wore, do is Allehand oangefang gep. En schene Toach, so in en
heise Sommanommintach, do wolte die Lausbuwe mo fische gehen. Naja, Werm honse
sich gesucht un mo die Angle sammegeraft. Gleich wore se ach an de Riobaranke.
Schun hot de een geschroit: “Chá pekei um lampari”; de annere: “eo um Kará. É
pequene, mais eo chá coloquei outra minhoc, e vo tirá um pintode”. Un so is dat
so em Zeit gang. Jede wolt jo doch de beschte Fischa sen, un die meiste un
greste Fisch fange. Wie awa mo so em Stunn rum wo, do wo de Luscht vobei. Uff
emol sot de grescht von de Kuri: “Eo vo tomá panho; o ákua tá worem”. Dat wo
blos ruck um zuck un Jede wolt doch so schel wie ficks in das Wassa.
Ja, sich se bote in dem
worem Wassa, das wo jo schen um gut; awa di Kurizzode hatte doch kei Botshose, un
die Unnahose deft doch net nass gemach werre, das die Mama das net rausgriche
tet.Die Mama hat doch imma oangehal, die Buwe solte net in’s Wassa, dat wea so
geferlich. Die Junge hon awa gokei Zerimonie gemach. Die hon mo geguckt ob grot
kei Weibsmensche in de Neh were, un dan Alles ausgezoh: Hose, Hemd un Unnahose.
Do honse gestan wie Adam un Ev im Paradies, puddeleschichnackich! Naja, das wo
jo ach net de greste Scandal. Die Kelle wolte sich doch mo bisje vergniche.
Awe, awe! Uff emol hat
ma spreche an de Barranke geheat. Un werklich, dat wo doch die Mamai mit de
Komadre un ihre Tochta, tat Mariche wo schun so en Medche woa. Un jetz? Keine
deft doch aus dem Wassa, weil se doch sich net so zeiche kinte. Parbaritode!
Blos die Kepja hon raus gekuckt. Noch net mo schwemme wo meglich, weil dan de
Hinnre zum voastand komme kint. Die weiwa hon dat gestan un geschtaunt: “Was
macht dea in dem Wassa? Wen dea fosauft! Dea hat doch gonet gebeicht in de
letzte Toche, dea kommt in de Hell. Gleich raus!” Wie dan de ene Kuri mo gesot
hot “ja, mea wolle raus awe mea kinne jo net”, do hot die Mamai es schun
verstan. Sie soat iwa die Komadre “komm mea gehn hem, die Kuri komme oach
gleich. Dat Marichen wolt jo ken noch bisje watte, awe die Muttre hon das doch
net erlaupt.
So hat die Fischerei
sich geend, um Alles is gut ausgang. Gute Zeite!
Glaabsmário
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Igreja "em saída" e Igreja "em entrada"
O
PERIGO DE SER “RELIGIOSO”
Existem religiosos e “religiosos”. Não quero falar dos
religiosos, daqueles que pertencem a ordens ou congregações religiosas e que o
são por vocação. Quero, no entanto refletir sobre uma outra concepção de
religioso, que em si não tem nada de extraordinário, mas que, pelo fato mesmo
de ser religioso, está em contínuo risco de se desviar do que lhe é próprio.
Religiões
e religiosos
As religiões têm como finalidade específica religar a
Deus; ou estabelecer uma via entre o Transcendente e o Imanente, entre Deus, o
ser humano e as criaturas. Aqueles que optam por uma religião tornam-se
religiosos, por “utilizarem” este caminho que os une a Deus, com os demais
humanos e com toda a criação. No seguimento religioso os indivíduos se tornam
presença no mundo da realidade que vai além do que é somente do mundo. Em
outras palavras, mostram e realizam concretamente a atuação de Deus no
emaranhado das coisas e acontecimentos da história deste mundo.
As religiões e os religiosos, como se pode ver, são de
extrema necessidade para que a realidade onde se encontram as criaturas possa
ter respostas que vão além do imediato. Dar sentido para questões que não
encontram significado somente nas explicações científicas, técnicas,
econômicas; muito menos na sede do poder, do prazer e do ter. As religiões e os
religiosos convidam e levam para valores que ultrapassam estes falsos valores,
que na verdade, não libertam, mas prendem e escravizam. Tornam a vida e os
relacionamentos humanos insuportáveis. Assim, um mundo sem religião é um mundo
sem significado; mas, o mundo religioso é estabelecido em relações novas e
valores que dão sentido para opções que não são percebidos sem a presença da
religião.
Até aqui não estamos falando desta ou daquela religião
específica, sabendo que no passado e no presente existiram e existem inúmeras
religiões, cada uma com suas qualidades boas e com suas dificuldades e limites;
todas, no entanto, procurando estabelecer o contato entre o divino e o humano.
Pretendemos agora nos referir à nossa religião cristã, mais diretamente à
Igreja, da qual também nós somos membros e que faz de nós religiosos.
Igreja
“em saída” e Igreja “em entrada”
O Papa Francisco insiste, e volta a insistir, numa Igreja
“em saída”. Se ele insiste nessa questão, podemos nos perguntar sobre o
contrário: Igreja “em entrada”, o que é isso? Certamente esta Igreja está por
aí, e está camuflada ao ponto de muitos não a verem. Estejamos atentos.
Mas, o que o Papa entende com Igreja “em saída”? Ele
mesmo explica: uma Igreja que se envolve com todas as realidades humanas; uma
Igreja que, por causa de Jesus Cristo – seu Mestre e Senhor – não tem medo de
se machucar no encontro com os machucados da vida. Uma Igreja que busca levar a
todos a Boa Notícia de que Deus é um Deus misericordioso e libertador. Deus
quer levantar todos, sem discriminar ninguém. E por isso se faz um com todos,
principalmente com os mais esquecidos e necessitados. Igreja “em saída” é a
Igreja que anuncia e realiza a salvação do mundo, pois leva a todos o próprio
Salvador, Jesus Cristo.
A Igreja “em entrada”, por outro lado, deve ser o contrário.
Isto é, uma comunidade que se fecha sobre si mesma. Ela está preocupada em se
autodefender, cuidar-se para não se contaminar com os males que afligem a
humanidade. Mais do que isso, ela se acha boa. Ela possui saúde, pois Cristo, o
Divino Médico é posse sua. Todos os que aderem a ela estarão protegidos,
contanto que se “abriguem” à sua sombra e não se exponham aos ventos frios das
ruas do mundo. Triste constatação: Era assim que Jesus quis a sua Igreja?
Aliás, sabe-se que há uma tentação muito forte entre os
fiéis da Igreja no sentido de buscar refúgio contra os ataques do mundo
infestado pelo mal. È bem mais fácil se fechar num templo e lá, junto com
irmãos seletos, louvar o Senhor, do que estar nas ruas e vielas das cidades ou
dos campos onde estão os caídos à beira dos caminhos, vítimas da violência, dos
vícios, das incompreensões, dos preconceitos e das expulsões, até mesmo das
comunidades de fé. Esta Igreja, porém, se atrofia, fica doente, pois o Espírito
de Cristo impele os discípulos de Jesus a saírem para os confins do mundo. As
portas e janelas fechadas são sinais de medo, de falta de fé no Ressuscitado.
Uma vez que o Ressuscitado derramou seu Espírito sobre os discípulos medrosos,
eles não podem mais ficar fechados; necessitam sair e pregar a todos, sem medo
e sem vergonha. Testemunhar que Ele vive e que quer curar todos os males da
humanidade. Ele o faz pela Igreja, concretamente pelos seus fiéis, discípulos
verdadeiros de Jesus de Nazaré.
Religiosos
perversos
Por incrível que pareça, as religiões podem perverter
seus religiosos. Isto acontece quando as religiões domesticam as consciências
dos fiéis. No nosso caso, o cristão, que deve ser sempre chamado, convocado e
seduzido por Jesus Cristo a sair, como discípulo dele pelo mundo ao encalço dos
pobres e pecadores para “ressuscitá-los”, mas que encontra na Igreja somente
consolo e paz de consciência e se sente protegido, é um típico “religioso em
perigo”. Este, na verdade, está buscando “seu ninho” na Igreja onde pode viver
tranquilo e não ser infectado pelos vírus que estão “lá fora”. A pureza em
excesso se torna psicose maníaca!
Deve-se desconfiar dos religiosos que se julgam melhores
que a grande maioria das pessoas. São tantos os religiosos que por causa de sua
condição e status conquistados,
esquecem ou até desprezam os demais. Gostam de ser lembrados como ministros,
catequistas, diáconos, padres, bispos...; fazem questão dos títulos de destaque
– excelência, reverência, ilustre senhor(a) -, usam vestes distintivas para
serem diferentes e procuram os primeiros lugares. O termo “irmão” perde seu
significado verdadeiro entre eles. Pior, quando na comunidade existem rixas e
ciúmes, um competindo com o outro pelos postos melhores e mais importantes.
Um exemplo típico da perversão dos religiosos são os
símbolos do cristianismo transformados em símbolos de poder e de dominação. A
cruz, que lembra Jesus de Nazaré humilhado até o extremo, abandonado por todos
(até pelo Pai!), condenado pelos líderes religiosos e políticos de seu tempo,
chega ao absurdo de ser desfigurada em objeto de poder e de dignidade, que se
coloca sobre o peito de imperadores, militares, homens ilustres; é colocada em
tribunais, locais públicos e mesmo nas casas. Cruzes de ouro e de pedras
preciosas. Cruzes que são uma zombaria da dor e do fracasso de todos os seres
humanos nos quais Jesus continua sofrendo e fracassando nesse exato momento.
Mas para os religiosos ela é sinal de dignidade e proteção.
Que tal, se soubéssemos ver nas cruzes que “enfeitam”
nossos peitos e nossas salas os irmãos sofredores de hoje? Ou até substituir o
crucifixo da parede por uma foto de crianças assustadoramente magras e
famintas, por refugiados de todos os tipos, por sem-terra e sem-teto, por
homens e mulheres de rua mal cheirosos e maltrapilhos? Talvez afastaria da
tentação da “religião de proteção”, do “perigo de ser religioso”.
Ter religião e ser religioso é preciso; mas bem
entendido, para que o mundo possa ser um pouco melhor. Nunca para que o homem e
a mulher “religiosos” possam se sentir melhores que os outros.
Pe. Mário
Fernando Glaab
www.marioglaab.blogspot.com
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